A rosácea é uma doença crônica que, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), afeta de 1,5% até 10% das populações estudadas, principalmente mulheres adultas entre 30 e 50 anos.
Porém, em outros lugares do mundo, principalmente na Europa, essa doença é ainda mais frequente. No Reino Unido, por exemplo, estudos sugerem que 1 em cada 10 pessoas possuem essa condição.
Além disso, essa doença atinge em sua grande maioria pessoas de pele branca, raramente aparecendo na pele negra, tendo sua origem ainda desconhecida.
Porém, existem vários gatilhos que podem desencadear a rosácea, o que leva a um tratamento feito acima de tudo com mudanças de hábitos para evitar as inflamações.
Além disso, uma rotina de cuidados Home Care, assim como alguns tratamentos estéticos, também podem ser úteis no controle da doença. Quer saber como e por qual razão? Continue a leitura:
O que é a rosácea e quais são suas causas?
A rosácea é uma doença crônica de pele comum, de caráter inflamatório, que costuma causar vermelhidão no rosto (pequenas pústulas), principalmente na área das bochechas.
Porém, em alguns casos, pode afetar até mesmo os olhos e a parte superior do tórax.
Além disso, ela costuma dar seus primeiros sinais entre os 30 e 60 anos, afetando principalmente mulheres de pele branca, mas, também tendo ocorrência em homens e em outros tons de pele.
Diante disso, a rosácea é caracterizada principalmente por uma alteração nos pequenos vasos sanguíneos da face e unidades pilossebáceas (pelos), tendo uma origem desconhecida.
Porém, também há predisposição genética, além de outros gatilhos que podem desencadear ou piorar a rosácea, já que aumentam o fluxo sanguíneo para a superfície da pele:
- Banhos quentes ou saunas
- Estresse, raiva, vergonha e outras emoções
- Exposição ao sol ou a temperaturas elevadas
- Alimentos picantes
- Bebidas e alimentos quentes
- Bebidas alcoólicas
- Uso de remédios que dilatam os vasos sanguíneos
- Queijo
- Exercícios aeróbicos
- Entre outros
Quais são os tipos de rosácea?
Existem 5 tipos de rosácea que variam conforme sua manifestação. Para que você possa melhor identificá-las em suas clientes
Eritemato telangiectasia
Ocorrendo principalmente na região central da face, a principal característica da rosácea eritemato telangiectasia é o tom avermelhado da pele próximo às narinas.
Além disso, a pele pode ficar ainda mais vermelha com exposição solar, momentos estressantes, exercícios físicos e calor.
Portanto, a pele se torna ainda mais sensível, sendo necessário evitar cremes fortes ou ácidos.
Rosácea pápula pustulosa
Já neste tipo de rosácea, além do tom avermelhado, algumas lesões pápulo-pustulosas aparecem em surtos, como se fossem espinhas.
Sendo assim, esse tipo também é conhecido, de forma errônea, por acne rosácea. Porém, também é preciso saber diferenciá-las para indicar os tratamentos corretos.
Portanto, para diferenciar ambas as condições, é preciso ter em mente que a acne é uma doença da glândula sebácea, enquanto a rosácea é uma manifestação inflamatória com presença de pequenos vasos na pele.
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Além disso, a pápula pustulosa também é mais comum em homens, apresentando melhoras e pioras intercaladas.
Rosácea fimatosa
Na rosácea fimatosa, a pele torna-se espessada, endurecida e avermelhada, apresentando poros dilatados visíveis.
Diante disso, sua ocorrência também é mais comum em homens acima dos 50 anos, também sendo caracterizada pelo aumento das glândulas sebáceas do nariz.
Ao passar do tempo, o tamanho do nariz pode ser comprometido, aumentando de tamanho, o que também pode acontecer com a região do queixo.
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Rosácea ocular
Assim como o próprio nome indica, esse tipo de rosácea afeta diretamente os olhos.
Sendo assim, grande parte dos casos é identificado por meio de consultas em médicos oftalmologistas, já que é caracterizado como uma inflamação — blefarite — que apresenta avermelhamento dos olhos e descamação dos cílios.
Esse é o tipo mais grave de rosácea, visto que pode evoluir até à perda de visão.
Granulomatosa
A rosácea granulomatosa é o tipo mais raro, sendo identificada pelo surgimento de nódulos acastanhados na face.
Dessa maneira, a realização de um diagnóstico é muito difícil, requerendo um nível de suspeita muito elevado por parte do dermatologista que está avaliando o paciente.
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Como identificar a rosácea em suas clientes?
Além da percepção dos sintomas apresentados em cada tipo de rosácea, essa doença também requer acompanhamento direto com um/uma dermatologista, visto seu caráter crônico.
Sendo assim, é necessário atentar-se aos 4 principais sintomas da rosácea para evitar identificá-la enganosamente como acne e acabar realizando o tratamento errado, além de poder fazer encaminhamento adequado à uma clínica de dermatologia:
- Protuberâncias na face parecidas com a acne.
- Vermelhidão na face com a presença de pequenos vasos sanguíneos visíveis no nariz e bochechas.
- Deformação do nariz, causado pelo engrossamento da pele, consequência da própria rosácea.
- Olhos secos e pálpebras rosadas e inchadas, seguido de irritação ocular e coceira.
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Diante disso, se sua cliente não for em sua clínica de estética diretamente para pedir conselhos de tratamento para controle da rosácea e indicações de rotina a serem seguidas, é necessário encaminhá-la para um profissional adequado.
Isso acontece pois os tipos de rosácea podem precisar de tratamentos diferenciados, como é o caso da rosácea eritemato, que precisa evitar o uso de cremes e ácidos fortes na pele.
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Portanto, é essencial aconselhar suas clientes a procurar um médico(a) especializado para realizar o diagnóstico adequadamente.
O que indicar para o controle da doença?
A realização de tratamentos para rosácea pode ser feito tanto de forma tópica (a substância é aplicada diretamente na pele) ou sistêmica (a substância é ingerida via trato digestivo), dependendo principalmente da intensidade da doença.
Dito isso, por ser uma doença crônica, a rosácea não possui cura, sendo que seus tratamentos visam controlar a inflamação cutânea e amenizar a vermelhidão local. Ou ainda, melhorar as manifestações e atrasar a progressão da doença.
Sendo assim, o tratamento pode ser realizado com a aplicação de cremes e soluções nas regiões acometidas, ou ainda, pelo uso de antibióticos e anti-inflamatórios.
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Além disso, é necessário mostrar para suas pacientes a importância da mudança de hábitos, bem como colocar alguns cuidados rotineiros no dia a dia:
- Usar sabonete neutro
- Aplicar protetor solar com fator amplo de proteção
- Evitar fatores ou gatilhos de risco como bebidas alcoólicas
- Manter uma alimentação equilibrada e livre de substâncias tóxicas
Bom, para saber melhor que produtos podem ser indicados, vejamos quais ativos são amigáveis e quais devem ser evitados a todo custo:
Ativos para ajudar no tratamento da rosácea
Antes de apresentar quais ativos são indicados para as rotinas de suas clientes com rosácea, é preciso entender a todo custo quais devem ser evitados:
- Fragrâncias e conservantes: como os parabenos, são altamente alergênicos e podem causar super irritações na pele.
- Acetona, grânulos grandes de esfoliantes, óleo mineral e produtos com pH ácido: esses ativos e ingredientes também podem irritar ainda mais a pele, agravando ainda mais o caso da sua cliente.
- Mentol, óleo de eucalipto e hortelã-pimenta: mesmo promovendo refrescância, esses ativos passam uma sensação de queimação e coceira em quem tem rosácea, de acordo com o estudo de duas pesquisadoras da Universidade de Coimbra.
- Ácido salicílico: apesar de funcionar bem para a acne, pode irritar e ressecar a pele de quem tem rosácea, piorando os sintomas da doença.
- Hidroquinona: pode ser usado em produtos clareadores, porém, não é indicado para aqueles com hipersensibilidade.
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Além disso, ingredientes que aceleram o processo de renovação celular também podem intensificar possíveis irritações.
A maneira ideal de se criar uma rotina de dermocosméticos para tratar a doença é procurar ingredientes que acalmem e reduzam a irritação da pele. Entre eles:
- Alcaçuz
- Extrato de crisântemo
- Beta-glucano
- Àcido hialurônico (também ajuda a manter a umidade)
- Alantoína
- Bisabolol
- Niacinamida
- Extrato de aveia
- Sambucus
- Olivoil Surfactant
- Ecobidens
- Ecophysalis
- Extrato glicerinado de camomila
- Stimu-Tex
- Claritea Prov
- Olivoil avenate
- Rhamnosoft
- Calmiskin
- Bioecolia
- Entre outros
Portanto, o ideal é fazer uma rotina gentil, sendo necessário a utilização de um sabonete de limpeza suave e neutro, sem ingredientes agressivos.
Já o protetor solar deve ter elevada proteção contra UVA e UVB, além de ser adequado ao tipo de pele da paciente.
Tratamentos para controle
Já em casos mais graves, alguns procedimentos estéticos podem ajudar, entre eles está o uso da fototerapia estética.
- Fototerapia por LED: melhora a circulação sanguínea e linfática, diminuindo edemas e estimulando a hidratação da pele com efeito calmante.
Porém, para sua aplicação, é necessário priorizar tratamentos que não promovem vasodilatação ou o aquecimento da pele, o que pode agravar os sintomas da doença.
- Luz Intensa Pulsada: é capaz de atingir o cromóforo-alvo hemoglobina, por meio do filtro 530 nm. Assim, ocorre a destruição dos vasos sanguíneos anômalos, ou seja, reduz a inflamação e o número de glândulas sebáceas ativas.
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